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domingo, 15 de maio de 2011

Estudo indica que a Desigualdade atingiu menor nível já visto no Brasil


a última década, a desigualdade no Brasil chegou ao nível mínimo já registrado no país, e a renda da metade mais pobre da população aumentou em ritmo 5,5 vezes mais rápido que a da minoria mais rica do país, segundo estudo da Fundação Getúlio Vargas (FGV).
De acordo com o pesquisador Marcelo Neri, do Centro de Políticas Sociais da FGV, a renda dos 50% mais pobres no Brasil cresceu 67,93% ao longo da última década (dezembro de 2000 a dezembro de 2010), enquanto a renda dos 10% mais ricos teve incremento de 10,03%.
“É como se os pobres estivessem num país que cresce como a China, enquanto os mais ricos estão em um país relativamente estagnado”, compara Neri.
Segundo o pesquisador, os principais efeitos por trás da redução da desigualdade são, em primeiro lugar, o aumento da escolaridade, e em segundo, programas sociais de redistribuição de renda.
Intitulado “Desigualdade de Renda na Década”, o estudo se baseou em dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (Pnad) e da Pesquisa Mensal do Emprego (PME), ambos do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), para traçar um panorama da década.
A conclusão de Neri é de que o período merece o título de “década de redução da desigualdade”, assim como os anos 1960/70 teriam sido os do milagre econômico; os anos 1980, os da redemocratização; e os 1990, os da estabilização.
A pesquisa mostrou que a pobreza caiu 67,3% desde o início do Plano Real, em 1994, até 2010.
A redução da pobreza foi de 50,64% durante a era Lula, entre dezembro de 2002 e dezembro de 2010. Já do início do Plano Real, incluindo o mandato de Fernando Henrique Cardoso, até 2002, a queda foi de 31,9%.
De acordo com o estudo, a desigualdade chegou a seu mínimo histórico em 2010. O parâmetro é o índice Gini, que chegou ao valor mais baixo no Brasil desde a primeira pesquisa do Censo que investigou a renda dos brasileiros, em 1960.
O Gini varia de 0 a 1, e quanto mais alto, maior a desigualdade. O Brasil chegou ao ápice em 1990, com 0,609. Desde então, viu queda progressiva no indicador, até chegar ao mínimo de 0,530 no ano passado.

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