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quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Afeganistão: "Arábia Saudita" do Lítio


Os EUA localizaram quase US$ 1 trilhão em depósitos minerais inexplorados no Afeganistão, muito superiores a quaisquer reservas anteriormente conhecidas e o suficiente para alterar fundamentalmente a economia afegã e o rumo da guerra no país, de acordo com importantes funcionários do governo norte-americano.

Os depósitos anteriormente desconhecidos - que incluem grandes veios de minério de ferro, cobalto, cobre, ouro e metais críticos para a indústria, como o lítio - são tão grandes e incluem tantos minerais essenciais à indústria moderna que o Afeganistão poderia no futuro se transformar em um dos mais importantes centros mundiais de mineração, acreditam as autoridades norte-americanas.

Um memorando interno do Pentágono, por exemplo, afirma que o Afeganistão poderia se tornar a “Arábia Saudita do lítio“, uma importante matéria-prima para a fabricação das baterias usadas em laptops e celulares.

A imensa escala da riqueza mineral afegão foi descoberta por uma pequena equipe de funcionários do Pentágono e geólogos norte-americanos. O governo afegão e o presidente Hamid Karzai foram recentemente informados a respeito, informaram os funcionários norte-americanos.

A economia afegã encolhida por obra da guerra, cuja principal atividade no momento é a produção de ópio e o tráfico de narcóticos, e que depende pesadamente de assistência dos Estados Unidos e das demais nações industrializadas. O Produto Interno Bruto (PIB) afegão é de apenas US$ 12 bilhões anuais.

Funcionários dos governos norte-americano e afegão aceitaram falar sobre as descobertas minerais em meio a um momento difícil na guerra afegã. Enquanto isso, acusações de corrupção e favorecimento continuam a afligir o governo Karzai, e o presidente parece cada vez mais amargurado com relação à Casa Branca.

Assim, o governo Obama está ansioso por notícias positivas vindas do Afeganistão. Mas os funcionários norte-americanos reconhecem que as descobertas minerais certamente terão impactos contraditórios.

Em lugar de propiciar a paz, a riqueza mineral recentemente descoberta poderia fazer com que o Talibã combatesse de forma ainda mais feroz por retomar o controle do país.

Ao mesmo tempo, funcionários norte-americanos temem que a China, faminta por recursos naturais, tente dominar o desenvolvimento da riqueza mineral afegã, o que pode incomodar os Estados Unidos, dado seu pesado investimento na região, Depois de vencer a concorrência pelo desenvolvimento da mina de Aynak, na província de Logar, a China claramente deseja mais, disseram funcionários norte-americanos.

Outra complicação, porque o Afeganistão jamais teve muita indústria pesada, é que o país tem pouca ou nenhuma história de proteção ambiental, tampouco.

Virtualmente desprovido de setor de mineração ou inifraestrutura, no momento, serão necessárias décadas para que o Afeganistão possa explorar plenamente sua riqueza mineral.

Os depósitos minerais estão espalhados pelo país, o que inclui as regiões sul e leste, ao longo da fronteira do Paquistão, que viram alguns dos mais intensos combates na guerra liderada pelos Estados Unidos contra os insurgentes do Talibã.

O grupo de trabalho do Pentágono já começou a tentar ajudar os afegãos a estabelecer um sistema para organizar o desenvolvimento mineral. Empresas internacionais de auditoria que conhecem bem os contratos de mineração foram contratadas para assessorar o Ministério das Minas afegão e dados técnicos estão sendo preparados para envio a empresas multinacionais de mineração e outros potenciais investidores estrangeiros.

O Pentágono está ajudando o governo afegão a iniciar o processo de concorrência para a distribuição dos direitos de mineração, até o final deste ano, de acordo com funcionários norte-americanos.

Fico daqui de longe analisando essas “ações” dos EUA, tenho pena do Afeganistão! Ajudar os afegões a estabelecer um sistema para organizar o desenvolvimento mineral, conta outra vai Casa Branca.

Matéria: Diga do amigo e leitor Simonete

Um comentário:

  1. Ana Crisitna Mandu Maluf9 de setembro de 2010 às 05:11

    Olhando do lado de fora de toda essa "guerra", o poder sobre o Afeganistão esta sendo disputado pela China e pelos Estados Unidos. Um grupo de geológicos estadounidenses acharam o local e com isso comunicaram ao governo Obama,percebendo que se eles não tiverem poder sobre o mesmo,eles acabaram sendo prejudicados.

    Os depósitos minerais encontrados podem futuramente contribuir para que o Afeganistão seja a nova potencia mundial,a "nova arábia saudita do Lítio".

    Se eles não conseguirem controlar o desempenho dessas pesquisas e decobertas,perderão o controle e as maiores potencias entraram em guerra pelo lugar.

    Ana Crsitina Mandu Maluf - 2ºAno Ensino Médio

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