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quarta-feira, 26 de março de 2014
Carta de um brasileiro inconformado
Diante do exposto atualmente no cenário político, sinto-me inclinado a analisar alguns fatos.
Estarrece-me como a cegueira partidária e o fundamentalismo/fanatismo ideológico faz com que algumas pessoas não vejam, ou não queiram ver, tudo o que está se mostrando no cenário político atual.
Possuímos hoje no Brasil um Estado inchado e parasitário que não serve à população. Serve sim, aos interesses de grupos políticos para se perpetuar no poder. Um Estado que gasta muito e gasta mal.
Sinto-me indignado lendo notícias a todo o momento do governo brasileiro e seus partidários simplesmente rebatendo críticas sobre a crise na Petrobrás e o rebaixamento do risco Brasil. Ora, se gasta muita energia em rebater as críticas e esquece-se de resolver efetivamente os problemas que estão sendo mostrados e apurados. Não seria mais sensato ponderar onde se errou e tentar resolver da melhor maneira possível para o bem do país?
Mas não. Em vez de tentar ajudar na procura de soluções para a crise econômica, partidários do governo preferem atacar e descredibilizar a Agência Standard & Poor’s. Assim como o governo e seus partidários sempre fazem com a imprensa brasileira – a grande “vilã” que tenta persuadir a massa contra o governo.
Irrita-me esse pensamento ideológico e fundamentalista de partidários do governo. Para eles, o governo brasileiro é perfeito, sempre fez seu dever de casa e sofre de intensa ‘perseguição’ política por meio das mídias de massa. Ou seja, todos que criticam o governo petista não têm direto de critica-los. Aliás, parece-me que o sonho do PT é transformar a mídia brasileira em algo próximo do que ocorre na Argentina e na Venezuela (!).
Em seu atual artigo para o Jornal Valor Econômico Cristiano Romero aponta que, todos os erros que estão sendo mostrados na mídia atualmente são frutos de uma política econômica que claramente se afastou das bases consolidadas pelos presidentes Fernando Henrique Cardoso e Lula da Silva. Erros estes que, até este momento, ninguém sabe ao certo aonde irão nos levar. Romero pontua que o Brasil cresce pouco há três anos, entrando no quarto ano, com chance de também não crescer em 2015; acumula expressivo déficit nas transações correntes; investe pouco e possui dívida elevada se comparada à de países emergentes.
O Brasil tem a carga tributária mais pesada entre os países emergentes e mais alta até que Japão e Estados Unidos. Só fica atrás para o bem-estar social europeu, onde o imposto é alto, mas a contrapartida do governo, altíssima. Além de pesada, a tributação no Brasil é também complexa e injusta: ao mirar o consumo, penaliza as faixas de menor renda.
Preocupa-me profundamente a cegueira do governo brasileiro – e seus partidários – em não querer ver o que está acontecendo com o País e qual o rumo que estamos tomando. Indigna-me ser comandado por um governo que resolve problemas quando, e somente quando, tudo já foi mostrado e comprovado pela mídia ‘perseguidora’. E resolve de maneira paliativa.
Por fim, precisamos de um governo que se preocupe efetivamente com o povo brasileiro. Que trace metas econômicas claras, que não priorize somente os ganhos políticos de suas ações e que faça o Brasil sair deste atoleiro que está se metendo.
Outubro esta chegando, quem sabe não é a hora de realizarmos grandes ajustes?!
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