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quinta-feira, 29 de setembro de 2011
Chegou a hora de palestinos serem livres, diz Abbas na ONU
Em um esperado discurso perante a Assembleia Geral da ONU, o presidente palestino, Mahmoud Abbas, confirmou nesta sexta-feira o pedido pelo reconhecimento de um Estado palestino independente, dizendo que “chegou a hora” de seu povo “ganhar liberdade”.
“Em um momento em que o povo árabe afirma sua luta pela democracia na chamada Primavera Árabe, chegou a hora também da primavera palestina, a hora para a independência”, declarou Abbas, pouco depois de ter entregue, formalmente, ao secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, um pedido pela adesão palestina como membro pleno do organismo.
Abbas afirmou que o reconhecimento internacional de um Estado palestino “seria a maior contribuição para a paz” no Oriente Médio.
O pedido de reconhecimento será analisado pelo Conselho de Segurança da ONU, onde deve enfrentar resistência dos EUA, que têm poder de veto.
Os palestinos pedem a delimitação de seu Estado a partir das fronteiras de 1967, que incluem a Cisjordânia, a Faixa de Gaza e Jerusalém Oriental – territórios ocupados por Israel, que rechaça veementemente a decisão palestina.
O governo israelense alega que a reivindicação palestina, ao ser levada para a ONU, aumenta as tensões bilaterais e não resolve as disputas pendentes entre os dois lados.
Na quarta-feira, o presidente americano, Barack Obama, reforçou essa posição e disse que “não há atalhos” para a paz no Oriente Médio.
Assentamentos
Abbas citou diversas vezes um dos principais impasses dos diálogos: os assentamentos israelenses em território reivindicado pelos palestinos. Vistos como legítimos por Israel, os assentamentos não são reconhecidos pela lei internacional.
“Os assentamentos são o âmago da política colonialista e a causa primária do colapso do processo de paz”, disse o presidente palestino, aplaudido diversas vezes durante sua fala.
O discurso foi transmitido em cidades da Cisjordânia, num momento em que os palestinos vêm intensificando os esforços diplomáticos para obter o reconhecimento da ONU e o reconhecimento individual dos países (incluindo o do Brasil, concedido formalmente ainda durante o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva).
“Nosso povo espera a resposta do mundo”, declarou Abbas, dizendo que há uma divisão entre os que acham a população palestina “dispensável” e “os que acham que está faltando um Estado no Oriente Médio”.
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